5.4.20

O que estou a ler: "Embalando a minha Biblioteca"


Embalando a Minha Biblioteca começa com a triste história do desmantelamento da biblioteca de cerca de 35 mil livros de Alberto Manguel, instalada num antigo presbitério de pedra, a sul do vale do Loire, em França. No capítulo de introdução, o autor conta que teve a certeza de que queria viver naquela casa, situada numa “pacata aldeia” francesa, assim que abriu “as duas portas altas que conduziam da entrada ao jardim”. Viveu nela durante 15 anos, julgando que tinha encontrado o seu lugar, já que os seus livros tinham encontrado o seu. “Enganei-me”, confessa, partindo daí para analisar várias questões relacionadas com a leitura, os livros, o processo de escrita e a importância das bibliotecas públicas.
A perda ajuda-nos a lembrar, e a perda de uma biblioteca ajuda-nos a lembrar quem verdadeiramente somos.”
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o que ando a ler
Um grande comunicador com uma sensibilidade empática fora do comum. A aparente facilidade com que escreve a sua e a nossa historia numa partilha de emoções comuns, a que acedo de uma forma tão natural, leva-me a partir para a minha própria experiência ou conhecimento, despertando desta letargia do dia a dia e agilizando conclusões.
Conforme Manguel diz sobre os livros da sua biblioteca, os “livros que nos definem” para mim foram mudando conforme eu fui crescendo. Ao longo da minha vida tive de mudar várias vezes de casa e fui obrigada a deixar para trás parte dos livros das minhas pequenas bibliotecas, essa sensação de perda consciencializou-me do que fui e o que sou. E tudo passa pelos livros comprados, emprestados, recebidos, requisitados, trocados, encontrados, dos quais tenho lembranças de historias de como me foram parar as mãos. Manguel, para os eternos apaixonados por livros e bibliotecas, é sem duvida um autor a ler.
Maria João

Próximo livro do mesmo autor que quero ler
“Monstros fabulosos”

Alberto Manguel numa sessão que contou com a presença do poeta e crítico literário Pedro Mexia e do humorista e comentador Ricardo Araújo Pereira, que fizeram uma elogiosa introdução à obra explicou que o seu livro “é um livro de leitor”, que espelha um vicio de infância com que quer “contagiar os outros”.
Alberto Manguel (1948, em Buenos Aires) é um escritor, tradutor e editor nascido na Argentina e hoje é cidadão canadiano / canadense. Passou a infância em Israel, estudou na Argentina e viveu no interior da França[1]. É ensaísta, organizador de antologiastradutoreditor e romancista. Atualmente é o diretor da Biblioteca Nacional da Argentina.