A Biblioteca Municipal Álvaro de Campos acolhe, entre 05 e 07 de fevereiro, das 18h00 às 20h30, a oficina performativa “Roubei um Livro na Cabine e Hoje Vou Ler” de João Brito do LAMA Teatro, cuja apresentação/performance terá lugar, no dia 08, pelas 21h30, no mesmo local.
Os interessados em participar, nesta ação, deverão efetuar a sua inscrição até dia 03 de fevereiro, através do e-mail biblioteca@cm-tavira.pt ou contactar os números: 281 320 576 ou 281 320 585.
22.1.25
“roubei um livro na cabine de leitura e hoje vou ler”
O que estou a ler
"Paula Rego: a luz e a sombra"
de Cristina Carvalho
Este livro é um olhar na primeira pessoa sobre a vida da grande pintora portuguesa, Paula Rego, com ênfase na sua infância e adolescência, mas também na sua vida quotidiana e artística.
Cristina Carvalho, escreve na primeira pessoa, dialoga com Paula Rego e esta forma de escrever, de apresentar a autora é intensa, para além da biografia, “…prefiro um envolvimento intenso, rápido e profundo, tal como a luz de um relâmpago. Todos os meus livros sobre pessoas - os ditos romances biográficos - analisam com mais ou menos sentimentos, mas sempre verdadeiramente e com conhecimento que, entretanto, adquiri profundamente, algumas vertentes psicológicas da pessoa, isso que faz com que alguém se torne, de facto, diferente, por isto ou por aquilo;
aspetos da personalidade quase todos relacionados com a chamada ‘arte’ que pode ser a música, a literatura, a pintura, a escultura, a fotografia.
No caso de Paula Rego, insisti sobre a sua infância e adolescência, que foram determinantes na progressão da sua arte. “ (excerto da entrevista ao Expresso, dia 6 de Dezembro de 2023).
Belo livro, sobre uma das grandes artísticas plásticas do século XX / XXI.
21.1.25
Sugestões de Leitura
"Lugar para dois"
de Miguel Jesus
ed: Casa das Letras, 2020
Depois do sucesso da inauguração do Metropolitano de Lisboa, Daniel Stoffel, responsável financeiro do projeto, parece poder escolher o futuro que quiser. Porém, a morte da filha num acidente estúpido enche-o de uma culpa que de não se consegue libertar.
Desfeito o casamento, começa a afundar-se na bebida, até que um amigo lhe sugere que deixe Portugal, onde tudo aconteceu, e tente recomeçar a vida noutro lugar. Instala-se, então, num lugar recôndito de Moçambique, onde uma velha negra o ajuda nas tarefas domésticas e lhe leva jornais que o põem a par dos movimentos independentistas das Colónias e das mudanças por que a Metrópole vai passando.
Apesar da vontade de ficar sozinho, o frondoso embondeiro que o protege da curiosidade alheia tem uma frase riscada no tronco que parece traçar-lhe um destino diferente, insistindo na paternidade que lhe estava destinada. E, por mais que Daniel a renegue, é nesse caminho que poderá encontrar o próprio perdão.
Belo, duro, mágico e ternurento - com uma banda sonora exclusiva e um toque africano no colorido das palavras e das paisagens -, Lugar para Dois é um romance excecional sobre a culpa, o amor e aquilo que ainda tem para dar quem julga que, afinal, já perdeu tudo.
in: leyaonline.com
14.1.25
Mário Soares
Político e ex-presidente da República, Mário Alberto Nobre Lopes Soares nasceu em 1924 e faleceu em 2017.
Oriundo de uma família com tradições políticas republicanas liberais, participou ativamente, desde a juventude, em atividades políticas contra o Estado Novo, o que lhe acarretou a passagem pelas prisões da polícia política e o exílio, primeiro em S. Tomé e depois em França, onde o 25 de abril de 1974 o encontraria.
Advogado, defendeu em tribunais plenários numerosos opositores do regime, tendo-se destacado como representante da família Delgado nas investigações sobre as circunstâncias e responsabilidades da morte do "General sem Medo". Oposicionista declarado, apresentou-se como candidato em atos eleitorais consentidos pelo regime, nunca sendo, obviamente, eleito.
Dirigente da Acção Socialista Portuguesa, é um dos fundadores do Partido Socialista (1973), de que será o primeiro secretário-geral. Após o levantamento dos capitães em 1974, regressa prontamente a Portugal, ocupando a pasta dos Negócios Estrangeiros, passando a ser responsável pelo estabelecimento de relações diplomáticas com diversos países do mundo e pelas negociações que levariam à independência das colónias portuguesas.
No plano da política interna, destaca-se principalmente pela oposição à influência política e social de comunistas e partidos de extrema-esquerda, combatendo, não só o peso daqueles dentro das instituições militares e no aparelho de Estado, mas também a proposta de unicidade sindical.
Será primeiro-ministro de três governos constitucionais, assumindo o poder sempre em situações de grande gravidade (instabilidade resultante do PREC, crise financeira, etc.), governando ora com o apoio exclusivo do seu partido ora em coligação, consoante a relação de forças estabelecida no Parlamento. Será o segundo presidente da República eleito democraticamente após o restabelecimento da democracia, cumprindo dois mandatos sucessivos entre 1986 e 1996, durante os quais se empenhou repetidamente, quer na dinamização das relações externas, quer na auscultação das aspirações e reclamações populares, através de "presidências abertas" que o levaram a percorrer praticamente todo o território nacional.
Quando saiu de Belém não regressou às fileiras do partido em cuja fundação teve significativo papel. No seu discurso de despedida ao povo português, deixou claramente expresso o desejo de se afastar definitivamente da política ("política nunca mais") e de se dedicar a outras atividades, particularmente à escrita. Em 1998 recebeu um convite da ONU, para chefiar uma missão de informação à Argélia, reunindo várias personalidades escolhidas por Kofi Annan. O objetivo desta missão foi observar a situação vivida neste país através do contacto com organizações políticas, representantes de jornais e visitas a vários locais.
In wook.pt
Sugestões de Leitura
"Neve de Primavera"
de Yukio Mishima
ed: Livros do Brasil, 2021
Durante a Era Meiji, o Japão abre-se ao Ocidente e uma nova burguesia, avessa aos tradicionais costumes e valores nipónicos, entretece-se com a antiga aristocracia.
Kiyoaki, filho único do marquês Matsugae, descendente de uma família samurai cujas origens humildes o embaraçam, é enviado para viver os seus primeiros anos em casa de um nobre da corte e cresce lado a lado com a filha deste, a encantadora e vivaz Satoko.
Agora adolescente, Kiyoaki vê-se dominado pela tensão entre o velho e o novo mundo, entre o passado das suas raízes e o presente de uma paixão avassaladora, capaz de agitar as estruturas imperiais e o próprio conceito de existência, a um ponto que só o seu fiel amigo Honda poderá testemunhar.
Publicado em 1969, Neve de Primavera é o primeiro romance da tetralogia Mar da Fertilidade, testemunho literário de Yukio Mishima, que morreria após terminar a última peça deste que é o mais monumental retrato do Japão do século XX.
in: livrosdobrasil.pt