19.10.20

Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação

“Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação” de Fernando Pessoa, textos estabelecidos e prefaciados por Jacinto Prado Coelho e Georg Rudolf Lind (Editora Ática, Lisboa, 1966).

Obra que reúne vários escritos de Fernando Pessoa sobre a sua vida quotidiana, as suas relações com os outros e consigo próprio, as suas ânsias e angústias, o seu sonho de imortalidade, a sua evolução como escritor, o porquê e o como do seu desdobramento em heterónimos. Entre as diversas reflexões há sobre a Censura.

Fernando Pessoa denuncia o regime e a ausência de liberdade assegurada pela instituição censória.

“Não é que não publique porque não quero: não publico porque não posso. (…) Ora sucede que a maioria das coisas que eu pudesse escrever não poderia ser passada pela Censura. Posso não poder coibir o impulso de escrevê-las: domino facilmente, porque não o tenho, o impulso de as publicar, nem vou importunar os Censores com matéria cuja publicação eles teriam forçosamente que proibir.” Talvez por isso tanta coisa tenha ficado por publicar. A censura, limitou-o, como elucida num rascunho de carta algures em 1935, ano da sua morte, escrita ao seu amigo António Marques Matias: “Nunca se admire de eu tardar em escrever-lhe, nem com esse tardar se ofenda. À parte o andar eu sempre embrenhado em complicadíssimas crises mentais, acresce que certas circunstâncias externas, a que não consigo ser insensível, me abatem e me perturbam. Tenho estado velho por causa do Estado Novo.”

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