Sugerimos 5 livros que se complementam, de Michel Pastoureau, editados pela Orfeu Negro, entre 2016 e 2021.
Michel Pastoureau, historiador francês, é um dos maiores especialistas na simbólica das cores e em heráldica. Diretor de estudos na École Pratique des Hautes Études, onde ocupa a cátedra de Históia da Simbólica Ocidental, recebeu em 2010, o Pémio Médicis para o ensaio, com Les Couleurs de nos souvenirs. Tem publicado diversos estudos dedicados à história das cores, dos animais e dos símbolos, designadamente
PRETO,
AZUL,
VERDE,
VERMELHO e
AMARELO, publicados em Portugal pela Orfeu Negro.
Preto: História de uma cor
Orfeu Negro, 2018
Há algo na cor preta que a distingue das restantes. Cor das trevas e da morte, é também conotada como símbolo de dignidade e autoridade. A sua simbologia ambivalente acompanha as evoluções culturais da Europa, seduzindo piratas, monges, artistas, costureiros e fascistas.
Associado ao pecado e ao inferno pelo cristianismo, o preto perde o estatuto de cor no início da modernidade, com as experiências de Newton e a invenção da imprensa. Sobrevive por via do exotismo, no culto romântico da melancolia, contagiando poetas e dandys, até triunfar magistralmente nas artes do século XX e se converter na cor por excelência da elegância e da modernidade.
Azul: História de uma cor
Orfeu Negro, 2016
O azul gera unanimidade nos nossos dias: é a cor favorita dos Ocidentais. Mas nem sempre assim aconteceu. A cor do céu e dos mares foi, do Neolítico até à Baixa Idade Média, alvo de desinteresse ou desconfiança. Com efeito, na Roma Antiga, ter olhos azuis é quase uma deficiência física. Houve assim, ao longo dos séculos, uma completa inversão dos valores.
Verde: História de uma cor
Orfeu Negro, 2019
Notoriamente tóxico e quimicamente instável, o verde demorou a conquistar o mundo.
Ausente das pinturas no Neolítico e remetido a um papel discreto na Antiguidade, o verde foi durante os séculos seguintes associado a tudo o que é volúvel, desde a juventude e o amor até à sorte e ao destino.
Só na época romântica se tornou definitivamente a cor da natureza, o que lhe permitiu conquistar um lugar privilegiado na paleta de cores do Ocidente.
As edições Orfeu Negro prosseguem a publicação da obra do historiador francês Michel Pastoureau, um dos maiores especialistas na simbólica das cores e em heráldica. Depois de PRETO e AZUL, é a vez da cor verde nos contar a sua (e a nossa) multifacetada história, num tom simultaneamente erudito e pleno de curiosidades.
Vermelho: História de uma cor
Orfeu Negro, 2019
Nenhuma cor se compara ao vermelho; é a cor arquetípica, a primeira a ser dominada e reproduzida pela humanidade em pinturas parietais e adornos corporais.
Vinculado ao fogo e ao sangue desde épocas remotas, o vermelho desdobra-se num labirinto cromático particularmente fecundo e ambivalente: cor do Graal e do amor nos romances de cavalaria, cor do Capuchinho Vermelho, será também a cor dos proscritos, das forças do mal, indiciando perigos e interdições.
Marginalizado por Newton e renegado pela Reforma protestante, o vermelho perde o seu estatuto de primeira cor e torna-se demasiado vistoso, e até imoral.
Permanecerá, no entanto, como a cor do erotismo, da alegria e da revolução.
Amarelo: História de uma cor
Orfeu Negro 2021
O amarelo vê-se, destaca-se, chama a atenção. É alegre e revigorante. Mas a idade de ouro desta áurea cor permanece na Antiguidade. A cor dos deuses solares e da prosperidade tornou-se, na passagem à Idade Média, a do engano, da avareza, do crime e da doença. Hoje, na Europa, é rara nas fachadas das lojas e dos edifícios, no interior das casas ou nas roupas do comum dos mortais.
No quinto livro da série dedicada às cores, Michel Pastoureau reconstitui a sinuosa história do amarelo, num percurso que se inicia na arte das cavernas e chega às agitações sociais dos nossos dias.
Será o amarelo a cor do futuro?
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NOTA DO AUTOR
«Se eu não fosse historiador mas criador – pintor, estilista, artista gráfico, designer, publicitário –, aproveitaria a oportunidade e apostaria mais no amarelo. Pugnaria pela sua reconquista, para lhe dar um lugar digno do que foi o seu na Antiguidade Grega e Romana e que perdeu em plena Idade Média, sem nunca mais o reencontrar.»
wook.pt/michelPastoureau e orfeunegro.org/michelPastoureau