"O Declínio da Mentira. Alma do Homem e o Socialismo"
de Oscar Wilde
ed: Relógio d’Água, 2012
"Ao ler e reler Wilde, ao longo dos anos, noto um facto de que os seus panegiristas não parecem ter sequer suspeitado: o facto comprovável e elementar de que Wilde quase sempre tem razão.
A Alma do Homem e o Socialismo não só é eloquente: é também justo." (Jorge Luis Borges, Sobre Oscar Wilde)
O Declínio da Mentira, de 1889, era o texto preferido de Wilde e uma brilhante crítica contra a arte realista e o seu “mons- truoso culto dos factos”. Para o autor de O Retrato de Dorian Gray, os escritores realistas escrevem “romances que se parecem tanto com a vida que a ninguém é possível acreditar na sua probabilidade”. Na sua opinião, “a arte nunca exprime outra coisa que não seja ela própria” e daí a sua conclusão de que é necessário “ressuscitar a perdida Arte de Mentir”.
Em A Alma do Homem e o Socialismo, texto publicado em 1891, Oscar Wilde apresenta as suas particulares concepções de uma sociedade em que a pobreza resulta do funcionamento do capitalismo e não pode ser resolvida com a caridade e o altruísmo. Para Wilde, o desenvolvimento tecnológico permitirá ao homem trabalhar menos tempo e cultivar a sua personalidade. Mas o que mais lhe interessa no socialismo seria a sua capacidade de desenvolver o individualismo que se exprimiria através da alegria e da arte, numa espécie de helenismo renovado.
“Onde o génio de Oscar Wilde se manifesta com mais poder é em A Importância de Ser Earnest e em dois magníficos ensaios, A Alma do Homem e o Socialismo e O Declínio da Mentira.”
(Harold Bloom, Génios)
in: relogiodagua.pt
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