"O último europeu"
de Miguel Real
de Miguel Real
O Último Europeu aborda o impacto das mudanças sociais, políticas e culturais na vida das pessoas, explorando a angústia e a busca de sentido num mundo em transformação.
É destacado papel da história e da memória na formação da identidade coletiva, revelando como os legados do passado ainda influenciam o presente, fazendo um convite aos desafios da contemporaneidade.
A escrita de Miguel Real é rica em detalhes e ao acompanharmos a sua reflexão somos levados a questionar a nossa própria compreensão sobre a Europa e os valores que a definem, o que torna a leitura muito cativante.
de Miguel Real
ed: Dom Quixote, 2015
Em 2284, a Europa é maioritariamente composta por Baldios governados por clãs guerreiros que escravizam as populações esfomeadas; subsiste, porém, um território isolado por um cordão de segurança com uma sociedade que, por via da ciência e da tecnologia, atingiu um nível altíssimo de felicidade individual, pois todos os desejos podem ser consumados, ainda que apenas mentalmente
Nesta Nova Europa, as relações sexuais são livres e não se destinam à procriação: as crianças, desconhecendo os pais, nascem nos Criatórios em placentas sintéticas e seguem para Colégios onde, sem a ajuda de livros, andróides especializados incrementam as suas competências como futuros Cidadãos Dourados. As famílias reúnem-se por afinidades, ninguém trabalha e nem sequer existem nomes, para que ninguém se distinga, já que todas as conquistas se fazem em nome da comunidade.
Mas este mundo aparentemente perfeito sofre uma inesperada ameaça: a Grande Ásia, lutando com graves problemas de demografia, acaba de invadir a Europa... Um velho Reitor, estudioso do passado, é chamado a liderar uma equipa que possa refundar algures a Nova Europa e a deixar testemunho da sua História. Vinte e cinco anos depois da queda do Muro de Berlim, Miguel Real constrói uma utopia sublime no contexto de um novo paradigma civilizacional, revelando o seu talento de escritor e filósofo e, ao mesmo tempo, chamando a atenção para o esgotamento da Europa atual.
in: almedina.net