"O último europeu"
de Miguel Real
de Miguel Real
O Último Europeu aborda o impacto das mudanças sociais, políticas e culturais na vida das pessoas, explorando a angústia e a busca de sentido num mundo em transformação.
É destacado papel da história e da memória na formação da identidade coletiva, revelando como os legados do passado ainda influenciam o presente, fazendo um convite aos desafios da contemporaneidade.
A escrita de Miguel Real é rica em detalhes e ao acompanharmos a sua reflexão somos levados a questionar a nossa própria compreensão sobre a Europa e os valores que a definem, o que torna a leitura muito cativante.
de Benjamín Labatut
Um mundo que nunca nos é mostrado. O mundo dos matemáticos, físicos, jogadores, génios que estão sempre na sombra.
Este livro prende-nos do princípio ao fim. A bomba de Hiroxima e Nagasaki. As manias, as loucuras, a genialidade destes homens quase anónimos. Por aqui deambula Einstein mas, sobretudo, John von Neumann e as bases da computação. Livro fascinante.
por Carlos Lopes
de Anne Applebaum
Em tempos de incerteza política global, "Autocracia, Inc." de Anne Applebaum surge como um farol de lucidez. A premiada historiadora e jornalista, vencedora do Prémio Pulitzer em 2004, desvenda com precisão como os regimes autoritários modernos formaram uma rede global de cooperação mútua - uma verdadeira "internacional autocrática".
O que torna este livro valioso é a forma como a autora disseca as novas técnicas autocráticas: já não são as ditaduras descaradas do século XX, mas regimes sofisticados que manipulam as instituições democráticas enquanto as corroem por dentro. Manipulação da informação, vigilância tecnológica, violência estratégica e assassinatos políticos - tudo encoberto por uma fachada de legalidade.
A obra contribui amplamente para compreender as ameaças reais que pairam sobre as democracias no mundo atual. Applebaum não só identifica o problema, mas oferece perspetivas sobre como democracias podem resistir a esta maré autoritária.
Leitura obrigatória para quem quer entender os bastidores do poder global contemporâneo.
por Daniel Santana
de James Joyce
Um conjunto de contos, publicado em 1914.
Uma visão profunda, introspetiva e realista do quotidiano de Dublin no início do século XX.
“Lêem-se” as frustrações, os sonhos não realizados, numa rotina sufocante.
A paralisia física e emocional é um dos simbolismos para expor os dilemas e as limitações, das personagens presas numa tradição atávica, que revela a complexidade das relações humanas.
Capta a essência de uma sociedade em transformação, questão de grande atualidade.
de Ilan Pappé
A leitura deste livro é desafiadora, sobretudo por se distanciar das narrativas convencionais sobre a história de Israel e do conflito israelo-palestino.
Pappé é um historiador israelita que apresenta argumentos académicas e defende a ideia de que há muitos mitos simplificadores e enganosos sobre Israel e a sua fundação, que conduzem aos atuais conflitos e à sua complexidade.
Muito interessante e traz, sem dúvida, um contributo importante para o debate sobre a história do médio oriente.
de Carlo M. Cipolla
Provocativa e instigante, esta obra de Carlo M. Cipolla, convida a refletir sobre a natureza humana.
Com humor e perspicácia, expõe que a estupidez é um fenômeno universal que transcende classes sociais e educação.
É um convite à reflexão sobre a sociedade, à interação entre as pessoas e como influi as nossas vidas.
de Paul Lynch
O romance "Canção do Profeta" do irlandês Paul Lynch, vencedor do Prémio Booker 2023, é uma obra que nos acompanha muito depois da última página. Através da história de Eilish Stack, uma microbiologista e mãe de família, acompanhamos a transformação da Irlanda contemporânea numa distopia autoritária.
O génio de Lynch está na forma como retrata este processo de erosão democrática. Não há aqui invasões alienígenas ou catástrofes apocalípticas - apenas a gradual, quase banal, deterioração de uma sociedade democrática. São pequenos passos: primeiro uma lei de emergência, depois limitações à imprensa, mais tarde a normalização da violência estatal. Quando Eilish e sua família finalmente compreendem a gravidade da situação, já é tarde demais.
O autor equilibra o retrato íntimo de uma família em desagregação e o panorama mais amplo do colapso social. A narrativa é tensa, com uma urgência que nos mantém colados às páginas, mesmo quando o que lemos nos enche de horror e desconforto.
Mais que um livro distópico, esta obra alerta sobre a fragilidade das democracias. Revela-se dolorosamente atual num momento em que assistimos globalmente à ascensão dos populismos autoritários e aos ataques sistemáticos às instituições democráticas.
Esta é uma obra que expõe ficcionalmente os perigos que espreitam as democracias no século XXI. Paul Lynch criou não apenas um excelente romance, mas também uma visão inquietante do nosso tempo.
por Daniel Santana
de Cristina Carvalho
Este livro é um olhar na primeira pessoa sobre a vida da grande pintora portuguesa, Paula Rego, com ênfase na sua infância e adolescência, mas também na sua vida quotidiana e artística.
Cristina Carvalho, escreve na primeira pessoa, dialoga com Paula Rego e esta forma de escrever, de apresentar a autora é intensa, para além da biografia, “…prefiro um envolvimento intenso, rápido e profundo, tal como a luz de um relâmpago. Todos os meus livros sobre pessoas - os ditos romances biográficos - analisam com mais ou menos sentimentos, mas sempre verdadeiramente e com conhecimento que, entretanto, adquiri profundamente, algumas vertentes psicológicas da pessoa, isso que faz com que alguém se torne, de facto, diferente, por isto ou por aquilo;
aspetos da personalidade quase todos relacionados com a chamada ‘arte’ que pode ser a música, a literatura, a pintura, a escultura, a fotografia.
No caso de Paula Rego, insisti sobre a sua infância e adolescência, que foram determinantes na progressão da sua arte. “ (excerto da entrevista ao Expresso, dia 6 de Dezembro de 2023).
Belo livro, sobre uma das grandes artísticas plásticas do século XX / XXI.
de Sara Mesa
Sara Mesa, recentemente traduzida em Portugal, é uma autora espanhola nascida em Madrid.
A Família explora a complexidade das relações, muitas vezes disfuncionais de uma família, as tensões, os segredos e ressentimentos que moldam as relações familiares.
“…duas raparigas, dois rapazes, um pai e uma mãe, em que tudo parece normal e repleto de boas intenções, é a protagonista de um romance que abrange várias décadas e em que se exprime o desejo de liberdade e a crítica aos pilares tradicionais em que assenta a instituição familiar: autoridade e obediência, vergonha e silêncio.”
A ficção e a vida real, não estão tão longe.
de Rafael Gallo
Rómulo Castelo é professor de piano na Universidade e sobretudo pianista. Exigente, intransigente, em casa tranca-se no seu estúdio e prepara uma turné pela Europa. O grande sonho: interpretar a peça impossível de Liszt, o rondeau fantastique.
Ao sair das aulas, sofre um acidente. Depois é a luta de um homem só, com as suas certezas e incompreensões. É casado e tem um filho deficiente, mas a sua vida é a música.
Rafael Gallo é um excelente narrador. Envolvente e temos a sensação que sabe do tema. A abertura da porta é linda: “a chave, vinda do lado oposto da porta, crava os dentes na fechadura e na fala do garoto” (pág. 34).
São 275 páginas que se leem, à espera de uma saída para a tragédia daquele homem só, sem ninguém que o compreenda.
Rafael Gallo ganhou o prémio Saramago 2022. Não sei se o prémio tem grande prestígio, mas vale a penda ler, pelo Rafael.
por Carlos Lopes
de Joseph Roth
Já tinha lido a Marcha de Radetzky, em 2018, e o autor voltou a fascinar-me.
Passado no rescaldo da I Grande Guerra, 1914-1918, julgo que na Polónia, no Hotel Savoy cruzam-se soldados que voltam da frente, muitos judeus a que o autor pertencia. No hotel cruzam-se pobres e ricos; estes, nos primeiros andares e os pobres, nos últimos. Muita pobreza e alguma riqueza. Imaginamos aquele vaivém de gente à procura de refazer a vida.
Um mestre, este Joseph Roth! Alcoólico, morreu aos 44 anos, teve uma vida difícil. A sua experiência a viver em hotéis foi grande.
Vale a pena ler.
por Carlos Lopes
de Hannah Arendt
Neste trabalho, Hannah Arendt explica o aparecimento dos regimes totalitários na Alemanha nazi e na União Soviética.
A transformação das classes em massas, o papel de manipulação conseguido com a propaganda. A construção do mundo totalitário usa o medo como requisito essencial para esta forma de governo.
Do ponto de vista histórico descreve as condições para que os totalitarismos se fossem firmando. A questão do antissemitismo na Europa oitocentista, o imperialismo colonial europeu desde a década de 80 do século XIX, até ao deflagrar da Primeira Grande Guerra. Por fim, foca-se na análise das instituições e a acção dos movimentos totalitários, centrando-se nas duas formas genuínas de governo totalitário do nosso tempo, Hitler e Estaline.
de Gabriel García Márquez
Neste livro há muita magia, mesmo que sem realismo mágico. O poder de observação de Gabriel G. Márquez mostra-nos uma história sobre a vida, sobre viver a vida e sobre o desejo feminino, numa personagem tão complexa e por vezes contraditória, como qualquer um de nós.
A rotina da viagem anual para visitar a campa da mãe, termina, transforma-se, quando a protagonista, descobre o desejo e o prazer.
Romance editado postumamente, neste ano em passaram dez anos da morte do escritor Colombiano.
de Geoffrey Roberts
O livro que Geoffrey Roberts dedicou à biblioteca de Estaline veio desmentir ideias feitas sobre um dos grandes atores da História do Sec. XX.
Estaline não era um bruto ignorante, como se pinta por vezes. Certamente teria recalcamentos, traumas, problemas. Mas não deixava de ser um intelectual. A biblioteca de Estaline rondaria os 25 000 volumes e era uma pessoa bem preparada, quando havia que falar dos temas. Tinha a mania de sublinhar livros, mesmo que não fossem dele, requisitá-los e esquecer-se de devolvê-los e enchê-los de gordura, com as mãos.
Mas o autor reconhece:
“Estaline era um pensador, um homem prudente e trabalhador, investido de uma vontade de ferro e de um intelecto considerável; não há dúvida de que era um patriota, alguém apostado em conservar a condição histórica do Estado russo” (pág. 151).
Não se pense que Estaline só lia Marx e Lénine. Também lia os inimigos, Trotsky, por exemplo, e os clássicos das literaturas russa, soviética e mundiais: Púchkin, Gógol, Tolstoi, Tchékhov, Górki, Maiakovski, Hugo, Shakespeare, France (pág. 134).
“Estaline perguntou certa vez a um grupo de escritores o que achavam do seguinte enredo 'Ela é casada, tem um filho, mas apaixona-se por outro homem. O amante não a compreende e ela suicida-se'. Banal, foi a resposta dos escritores. 'Com este enredo banal', replicou Estaline, 'Tolstoi escreveu Anna Karénina' (pág. 291).
“Na década de 20 e 30, os soviéticos desenvolveram do zero uma economia socialista planeada”, (pág. 320).
O livro lê-se bem, não é uma apologia de Estaline, mas dá-nos a conhecer uma faceta de Estaline que foge ao estereótipo. Gostei de ler e recomendo a quem não tenha muitos macacos na cabeça.
por Carlos Lopes
de José Mauro de Vasconcelos
José Mauro de Vasconcelos nasceu no Brasil em 1920. Conta histórias como forma de processar o que vê, o que sente.
“Escrevo meus livros em poucos dias. Mas em compensação passo anos ruminando ideias. Escrevo tudo a máquina. Faço um capítulo inteiro e depois é que releio o que escrevi. Escrevo a qualquer hora, de dia ou de noite. Quando estou escrevendo entro em transe. Só paro de bater nas teclas da máquina quando os dedos doem. Só aí percebo quanto trabalhei. Sou um cara capaz de varar dias escrevendo até a exaustão.”
O meu pé de laranja lima, é a árvore a “quem” Zezé confia as suas emoções contando os seus sonhos e desejos. É nesse mundo imaginário de confidências com a sua árvore, que o menino foge da realidade da sua vida de tristeza e encontra a alegria que lhe permite superar as adversidades.
É um livro a ler sempre, em qualquer idade.
de Gilda Nunes Barata
São cerca de 150 páginas ilustradas e com um prefácio de Baptista- Bastos, com as memórias de vários autores desde músicos a autores literários, políticos, jornalistas, intelectuais, sobre “onde estavam” no 25 de Abril.
Diz a autora, na sua Nota na introdução: O livro que agora apresentamos é uma história como tantas outras histórias que encantam. O nosso ponto de partida foi o 25 de Abril de 1974. Foi querer saber o que cada uma destas pessoas estava a fazer nesse dia de névoas fortes e impulsos livres.
Os nomes:
Adelino Gomes, Adriano Moreira, Ana Maria Caetano, António Victorino d’Almeida, Baptista-Bastos, Catarina Melo Antunes, Duarte Lima, Eunice Muñoz, Francisco Louçã, Freitas do Amaral, João Soares, Jorge de Mello, Jorge Sampaio, José Mário Branco, Manuel Monge, Marcelo Rebelo de Sousa, Maria de Lourdes Pintassilgo, Maria João Seixas, Maria José Nogueira Pinto, Maria Teresa Horta, Miguel Coutinho, Miguel Sousa Tavares, Miguel Veiga, Odete Santos, Paula Teixeira da Cruz, Pedro Ayres Magalhães, Pedro Santana Lopes, Pinto Balsemão, Sérgio Godinho e Vítor Alves.
de Natsume Sôseki
Natsume Sõseki escreveu este livro em 1914.
Nele o autor trata da relação entre o Mestre e o discípulo, cujos nomes nunca chegamos a saber. Assim como nunca chegamos a saber em que matéria era o Mestre versado. Uma coisa é certa, o discípulo tinha-lhe uma devoção total e absoluta.
O pai do discípulo adoece, vivia na província e o filho, que estava a estudar em Tóquio, vai visitá-lo. A única coisa relevante que o Mestre lhe diz é que o discípulo pergunte qual era a herança que iria receber. O Mestre não tinha qualquer ocupação, vivia com algum desafogo económico e a pergunta surge um pouco estranha.
O discípulo quer saber o passado do Mestre e este, numa longa carta, explica-lhe a sua vida e de onde surge o motivo daquele conselho.
Como em todos os romances japoneses que conheço, nunca há verdadeira violência e a história flui suavemente nas 300 páginas do romance.
por Carlos Lopes
de Ernest Hemingway
Por Quem os Sinos Dobram de Ernest Hemingway é editado em 1940 e é uma obra-prima que mergulha nos horrores da Guerra, neste caso a guerra civil espanhola.
No livro, Robert Jordan, é um jovem americano que faz parte das Brigadas Internacionais. Hemingway parte da sua experiência pessoal, ao ter ido, como voluntário, participar na Guerra Civil pelo lado dos Republicanos.
A sua crítica à burocracia, às tropas quer Nacionalistas quer Republicanas é forte, bem como o absurdo que a guerra traz ao de cima.
A narrativa é intensa, complexa como é a complexidade das personagens sobretudo em momentos de dor, luta, injustiças, sacrifício. Hemingway capta de forma excecional a crueldade da guerra e a fragilidade da vida humana.
Escreveu o editor Maxwell Perkins em carta dirigida a Hemingway após ter concluído a leitura do seu manuscrito “Se a função de um escritor é revelar a realidade, nunca ninguém o fez melhor do que você.”
O título, Por Quem os Sinos Dobram é retirado de um poema de John Donne (1572 – 1631), “Nenhum homem é uma Ilha isolada; cada homem é uma partícula do Continente, uma parte da Terra; se um Torrão é arrastado para o Mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um Promontório, como se fosse a Casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque faço parte do Género Humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.”
Não só um romance, é um livro de História.
de Machado de Assis
Quando, em 1981, Carlos Oliveira morreu, Augusto Abelaira escreveu, no JL, que Finisterra era o melhor romance da literatura portuguesa e não se estava a esquecer dos Maias. Já li que Finisterra não prestava. Eu li-o duas vezes, em 1981, pela sugestão do Abelaira: quando fui de comboio a Lisboa e quando, nesse dia, regressei de Lisboa. Não o compreendi, como não compreendi o Grande Gatsby. E muitos mais que a vergonha me impede de enumerar.
Sobre Machado de Assis, já li ser o melhor escritor/romancista da língua portuguesa, sem nos esquecermos do Eça, pois claro. Neste posfácio, di-lo Abel Barros Baptista, sem tibiezas: “…porque Machado, para muitos, ainda é o maior escritor brasileiro de sempre e, para alguns, entre os quais se inclui o autor destas linhas, o maior romancista da língua portuguesa”.
Este livro (romance, crónica de costumes, sei lá…) tem várias coisas interessantes. Desde logo, a ideia. Alguém a discorrer sobre as suas memórias depois de morto! Depois, uma observação fina, humorística, irónica sobre a sociedade brasileira e sua classe média/alta. Acresça-se que se compõe de capítulos breves, muitos que nem uma página ocupam, o que torna a leitura escorreita.
No meio, os amores do Brás, a sua paixão assolapada por uma antiga pretendente, casada, a Virgília. Rico, crítico da sociedade, sem esconder alguma ambição social e política. O livro, que nos cativa, prende do princípio ao fim. Uma leitura recomendável a fazer lembrar os romances da época, do séc. XIX.
por Carlos Lopes
de Charllotte Perkins Gilman
Charllotte Perkins Gilman nasceu em 1860 no Connecticut, Estados Unidos da América.
Embora seja mais conhecida pela sua ficção, Gilman também foi uma palestrante e intelectual de sucesso. Feminista, apelou às mulheres para que conquistassem a sua independência económica.
O papel de parede amarelo foi publicado em 1892 na The New England Magazine (revista literária que foi publicada em Boston entre 1884 e 1917).
A história é escrita em forma de diário, e é considerado um dos primeiros trabalhos de ficção, da literatura feminista.
Ilustra o comportamento de um marido em relação à saúde mental e física da sua mulher, caso comum à forma como eram tratadas as mulheres no século XIX.
O marido é médico e procura tratar a sua mulher a quem diagnosticou "depressão nervosa temporária - uma leve tendência histérica", incentivando-a a comer bem e tomar bastante ar para que possa recuperar-se. Aluga uma mansão no campo. Aos poucos ela vai sendo confinada a um quarto (forrado com papel de parede amarelo), em nome da necessidade de descanso.
São cerca de 50 páginas que mostram como se pode chegar à loucura.
Daí este conto, ter sido elogiado como “uma excelente obra de ficção e terror”.