O ALGARVE TAL COMO O DESTRUÍMOS
de Fernando Silva Grade
Em 2006, ainda Faro e o Algarve viviam em função de duas dinâmicas que se prolongavam desde fins dos anos setenta: o turismo de massas e a construção civil. E, fundamentalmente, ninguém punha em causa estas duas vacas sagradas, nomeadamente a população em geral e a totalidade dos autarcas. É, contudo, de ressalvar um reduto de gente que acompanhou o processo, que durou mais de 30 anos, com uma profunda mágoa e impotência sobre aquilo que decorria perante os seus olhos: a destruição sucessiva, sistemática e maciça de um território com uma concentração de características ambientais, culturais e estéticas raras em todo o Planeta. O conde de Lippe, notável militar e político alemão que comandou o exército português durante a Guerra Fantástica (1762), depois de conhecer o Algarve, caracterizou de forma expressiva a sua impressão sobre esta região: "um pedaço de paraíso terrestre!" Um exercício de cidadania na defesa do património e do ambiente de Faro e do Algarve.
Org.: AIP/IAP - Associação Internacional de Paremiologia / International Association of Paremiology