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9.6.15

Recital de música e poesia . 9 de junho de 2015 . 22h00

por Afonso Dias e Teresa da Silva
 
Um tributo a Francisco Xavier de Athaíde Oliveira a partir do cancineiro do Algarve (1905).
Canções e poemas numa viagem pelo algarve de sonhos, lendas e aventuras, heróis e moiras encantadas.
 
Francisco Xavier de Athaíde Oliveira nasceu em Algoz, concelho de Silves, a 10 de outubro de 1842, e morreu em Loulé a 20 de novembro de 1915.
Originário de uma família de pequenos proprietários agrícolas, frequentou os estudos preparatórios no Liceu de Faro e matriculou-se no Seminário de São José, a fim de seguir a vida eclesiástica, concluindo o curso em 1866. Em 1968 foi consagrado presbítero, desempenhando funções de Capelão da Universidade de Coimbra, na qual se formou em Direito (1874) e Teologia (1875). Em 1885 foi nomeado Conservador do Registo Predial de Loulé, serviço onde desempenhou as funções de Conservador adjunto desde 1882.
Enquanto jornalista, desenvolveu uma colaboração regular com a imprensa regional, tendo sido autor de publicações que versaram os domínios da história, arqueologia e etnografia. Ainda neste âmbito fundou e dirigiu o primeiro jornal em Loulé, O Algarvio, periódico regionalista que manteve atividade entre 1889 e 1893.
O seu contributo no domínio da etnografia portuguesa no final do século XIX centrou-se nos estudos pioneiros da literatura oral e tradições populares algarvias. Durante a sua passagem por Coimbra, que se prolongou até 1875, privou com algumas das personalidades proeminentes da “Geração de 70”, nomeadamente com Teófilo de Braga, reconhecendo-se as suas influências no domínio histórico e etnográfico relativo à recolha do romanceiro e do lendário algarvio, que constituiu o essencial das principais obras etnográficas de Ataíde Oliveira.
Da sua produção etnográfica destaca-se a obra As Mouras Encantadas e os Encantos do Algarve (1898), considerado o seu primeiro ensaio sobre tradições populares, lendas e superstições. Publicou Contos infantis (1897) e Contos tradicionais do Algarve (2 vols., 1900 e 1905), Romanceiro e Cancioneiro do Algarve – Lição de Loulé (1905), compilação da tradição oral regional, compreendendo contos, lendas, orações, superstições e ladainhas populares, entre outras formas de narrativas populares.
Consagrou às diferentes localidades algarvias importantes estudos monográficos histórico-geográficos, cobrindo quase todo o território da região entre 1905 e 1914.

3.10.14

Recital. 16 de outubro de 2014 . 12h às14h


Há Musica na Poesia 
Carta de Ricardo Reis para Álvaro de Campos
O que te encanta em mim, irmão poeta
É a sombra inversa que me acompanha
Sabes, como eu, que toda gente e coisa
Tem alma e sonha ser uma outra coisa

E se assim, por que não estendê-la a tudo
Tinha alma a nau que te levou esta carta
O envelope e outra alma a tinta
E sendo assim, tudo tem alma, creia
Abra esta carta e minha alma leia.
                                                   Vicente Sá

Fernando Pessoa foi, talvez, o poeta que mais se intrigou com a mágica que transforma palavras em poesia. No âmago desta metamorfose, como se vê no diálogo travado entre Álvaro de Campos e Ricardo Reis em Paginas Íntimas e de Auto-Interpretação, Pessoa encontrou na música a forma de expressão que  carrega as ideias de emoção, que expande o alcance da prosa e a eleva ao patamar de poesia. 
Dessa matéria mágica é composto o recital Há Música na Poesia, um recital musicado que será apresentado no próximo dia 16, às ....., na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos. Os artistas brasileiros Túlio Borges e Vicente Sá passeiam pela poesia brasileira e portuguesa percorrendo os trilhos de sua musicalidade.  O espetáculo é um tributo a Álvaro de Campos, heterônimo ao qual Fernando Pessoa deu berço em Tavira e do qual a cidade celebra, nesta semana, o aniversário. 

O ESPETÁCULO
Há Musica na Poesia intercala textos de Fernando Pessoa e seu heterônimo Álvaro de Campos com alguns dos mais expressivos poetas brasileiros contemporâneos, ora cantados ora contados, enfatizando sempre a sonoridade e a cadência das palavras que elevam alguns dos textos mais primorosos da língua portuguesa ao patamar de poesia.
Túlio Borges (voz e violão) e Vicente Sá (voz) são acompanhados pelo músico Victor Angeleas (bandolim) e, ao longo de 1h15min, passeiam pela obra de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos, José Chagas, Jessier Quirino, Mário Quintana, Ferreira Gullar, Climério Ferreira, Vicente Sá, Angélica Torres e Heitor Humberto de Andrade, que estará compilada em um libreto para oferecer aos espectadores as dimensões da poesia na leitura e na audição. O passeio consiste da interpretação de poesias cuidadosamente musicadas por Túlio Borges e do recital de poemas selecionados por Vicente Sá.

OS ARTISTAS


Túlio Borges é natural de Brasília. Estudou piano desde os 10 anos, idade em que já compunha. Em 2010, é premiado em diversos festivais de composição brasileiros e lança seu primeiro disco . "Eu venho vagando no ar" (2010) apresenta canções autorais e recebe elogios de grande parte da crítica brasileira, como Tárik de Souza e Zuza Homem de Mello, além do prêmio de melhor cantor independente pela Rádio Cultura de São Paulo e a nominação como um dos 50 melhores discos do ano pela Revista Manuscrita.
Em 2014 grava seu segundo álbum, dedicado à cidade pernambucana de São José do Egito - capital nacional da poesia. O disco é recheado de parcerias com músicos e poetas nordestinos, como Climério Ferreira (PI), Jessier Quirino (RN), Afonso Gadelha (PB) e José Chagas (MA). 

Vicente Sá  nasceu em Pedreiras, no Maranhão vive em Brasília, cidade que adotou e pela qual foi adotado. Poeta desde a primeira infância, cresceu ao som mesclados dos cordéis – principal manifestação poética da cultura popular brasileira – dos poetas românticos e dos irreverentes modernistas, desenvolvendo o gosto e o domínio sobre a palavra falada que o tornaram um dos precursores da prática dos recitais poéticos resgatada por sua geração.
Tem oito livros publicados. Como letrista trabalha com Tulio Borges e mais de duas dezenas de parceiros e tem suas músicas gravadas pelo grupo Liga Tripa, por Célia Porto, Aloísio Brandão e Goya, entre outros.

Victor Angeleas, bandolinista, compositor e arranjador, iniciou seus reais estudos musicais aos sete anos de idade, depois de alguns anos de iniciação musical infantil. Estudou teclado, piano, guitarra, cavaquinho e formou-se em violão popular aos 15 anos. Elegeu o bandolim como seu instrumento principal aos 13 anos, começando o estudo deste na Escola de Choro Raphael Rabello. Recebeu, em 2005, o prêmio “Jovem Talento da Música de Brasília”. Já se apresentou em diversas cidades do Brasil e dividiu palco com grandes nomes da música, como Hamilton de Holanda, Pedro Amorim e Renato Vasconcellos. Em 2012 gravou seu primeiro CD, “Sem Fronteiras”, ao lado do acordeonista Junior Ferreira. Hoje, com vinte e cinco anos, é formado no curso de Licenciatura em Música pela Universidade de Brasília e está cursando Mestrado em Performance e Criação Musical pela mesma instituição.